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25 de junho de 2010

Equivalência do Diploma de Enfermagem – A Odisséia




Para aqueles que gostaram do poema épico de Homero, certamente o título deste post parecerá exagerado. Mas, a similaridade às vezes soa bastante real, quando se investiga a fundo o processo de equivalência para os enfermeiros em Québec.


O relato aqui descrito não tem pretensão de servir de base aos colegas de profissão que estejam ou pretendam imigrar; tem mais a intenção de incentivar buscas mais minuciosas.


Bom, vamos lá. A profissão de enfermagem em nível superior (bacharelado) tem processo de equivalência diferente em cada província canadense.

Há dois órgãos que efetivam a equivalência: OIIQ (Ordem das Enfermeiras e Enfermeiros do Quebec) e MICC. A OIIQ faz a avaliação do seu histórico, qualificando sua formação e a partir dessa análise informando quanto tempo e quais cursos você fará para obter equivalência do diploma e autorização para trabalhar. Já explico melhor. O MICC faz o reconhecimento do seu diploma (verificar se é de instituição de ensino credenciada no Brasil no nível de bacharel).

Todo o processo se inicia com a solicitação de documentos para a OIIQ, que enviam por correio cerca de 3 semanas depois.

Os formulários a serem preenchidos e suas características:

  1. Formulaire Demande d´évaluation comparatives dês etudes effectuées hors Du Québec et de reconnaissance d´équivalence à l´Ordre dês infirmières ET infermiers Du Québec (OIIQ) : trata-se de um formulário de identificação pessoal e deve ser preenchido pelo enfermeiro solicitante.
  2. Formulaire Le Dossier disciplinaire, judiciare et pénal: declaração preenchida pelo solicitante de não antecedentes judiciais.
  3. Formulaire Attestation Du programme d´études en soins infirmiers: preenchido pela FACULDADE onde cursou a graduação. Ele deve ser enviado diretamente pela faculdade á OIIQ. Problemas: aqui em São Paulo, a USP e UNIFESP não preenchem qualquer documentação em língua estrangeira, logo temos que levar uma tradução juramentada para estas faculdades, que é o meu singelo caso...
  4. Formulaire Attestation d´enregistrement: preenchido e enviado pelo nosso Conselho de Enfermagem, o meu COREN-SP
  5. Formulaire Attestation d´expérience professionnelle: deve ser preenchido e enviado pelo EMPREGADOR. Podem ser descritos os empregos até os últimos quatro anos anteriores à solicitação de equivalência.
  6. Formulaire Paiement dês frais de traitement de dossier: pagamento da taxa de avaliação, no valor atual de CAD 627,61 em cartão de crédito.

Devido ao tempo de processamento do dossiê, estimado em 4 a 12 meses é muito melhor iniciar o processo de equivalência ainda aqui do Brasil, especialmente pela eventual necessidade de reenviar alguma documentação solicitada. Ah, é claro que todos esses formulários seguem com cópias originais e traduções juramentadas para a OIIQ, o que encarece mais ainda o processo de equivalência.


Estando no Québec, uma vez o MICC reconhecendo meu diploma e a OIIQ validando meus estudos já posso trabalhar? NÃO
Após essa etapa de análise é obrigatório a realização de um curso de equivalência de 6 meses (4 meses de teoria e 2 meses de prática) a serem realizados em CEGEPs da cidade onde esteja morando. Esse curso pode ser de até 12 meses se a OIIQ julgar que o candidato precise de matérias e conteúdos específicos que não teve ou de forma insuficiente na graduação brasileira. Dos relatos que li em Blogs e comunidades específicas de enfermeiros, a formação brasileira é bem vista quando comparada a de outros imigrantes.

O aluno pode receber uma bolsa de estudos no período do curso (Emploi-Québec ou Prêt et Bourse), pois a maioria não consegue fazer mais nada nos horários livres porque o curso é muito puxado, com aulas das 08 às 18 horas, de segunda a sexta.

Ao término do curso (e se aprovado, é claro), o enfermeiro recebe o título de CEPI (Candidato ao Exercício da Profissão de Enfermagem), que na prática é como um enfermeiro Júnior aqui do Brasil, que tem algumas restrições de atuação, como por exemplo não trabalha em APH (atendimento pré-hospitalar, o bom popular "resgate" ou SAMU). Da posse desse título já se pode trabalhar normalmente e tem-se prazo de dois anos para fazer prova de inscrição para exame da Ordem para obtenção de título de enfermeiro.

Vale a pena pensar em pontos positivos para estimular o preenchimento dessa tonelada de burocracia, como o bom mercado de trabalho para enfermeiros, com ótimas opções para todos as áreas de atuação intra e extrahospitalar.

Ah, só para não confundir. Esse passo a passo e tempo de curso referem-se a um candidato com um nível de francês intermediário. Caso precise fazer francisação, o candidato poderá demorar até um e meio para começar a trabalhar na área como CEPI, pois há um nível mínimo de francês que é exigido (após provas e avaliações específicas) para a realização do curso de equivalência. Portanto, colegas de área, comecem a juntar todo o dinheiro possível... Para os que vão imigrar em casal, como é meu caso, ainda pode-se contar com apoio do cônjuge para diminuir peso dos gastos mensais. Sim, Jhon, foi uma indireta, viu? rs...

Mais informações: OIIQ, MICC, comunidade Enf no Canadá (Orkut),
AFE (bolsas)

Só para contar minha experiência: vou tentar enviar a papelada em agosto, em função de planejamento dos (muitos) gastos com tradução e taxas.

Abração a todos.

Marcos

17 de junho de 2010

Francisation en ligne








Quando eu estava nas pesquisas antes de enviar meu dossiê, durante o tempo interminável do estudo do francês, eu lia alguns lugares falando sobre a tal Francisation en ligne. Explico: após conseguir o CSQ, você tem o direito de fazer um curso de Francês on line gratuito do governo de Québec.
Isso sempre atiçou minha curiosidade. Queria saber como era, o que tinha, o que não tinha...tudo! Porém as pessoas só colocavam "estou fazendo..." ou "é muito interessante" e coisas assim, nenhuma (que eu tenha lido) colocou realmente como é o tal negócio.

Após passar na entrevista mês passado, fui informado que precisava esperar 2 meses para entrar no tal curso. Quem me conhece sabe que ao ler essa informação eu entendi "vai tentando que uma 2 meses é data limite, quem sabe não está liberado em 2 horas?". Como minha entrevista foi na sexta, esperei até o próximo dia útil e já tentei fazer minha inscrição. Recebi a mensagem (por email) de que não possuía CSQ válido ainda. Muito à contragosto resolvi esperar.



Não recomendo que sejam apressados como eu porque, após essa primeira tentativa, o seu número de CSQ está gravado e não deixará mais você "fazer uma inscrição nova". Você terá que mandar um email para o pessoal que cuida da Francisation en ligne no Québec, pedindo para reavaliarem sua inscrição. Enfim, trabalhão chato, pois embora seja um curso pra aprender francês, o email tem que ser em francês rss.

Fiz isso tudo e tive minha liberação para utilizar o curso.



Antes de continuar, deixe-me só explicar algumas coisas: Diferente do que informei acima, o curso de Francisação online, NÃO é voltado para quem não sabe francês. Como dito anteriormente o curso é oferecido após a entrevista, quando você já "provou" que possui conhecimentos intermediários, sabe compreender o contexto dos textos, conversas e vídeos, sabe também se expressar com sentenças curtas e coordenadas. Então não vai achando que terá aula sobre passée composée aqui.



Mas como é esse curso? O curso não é pra te trazer problemas, muito pelo contrário, então existem 2 tipos de metodologias: a padrão (que falarei mais depois) e a Autoformação – voltada para as pessoas que não tem tempo e por isso poderão entrar no curso e estudar, fazer os exercícios e os testes quando tiver oportunidade.



A metodologia padrão envolve:

  • Autoformação (trabalho individual) contando 60% do curso;
  • Um pequeno grupo sem horário fixo nos fóruns ou seguindo um horário fixo nos chats (25% do curso);
  • Em sala de aula virtual com um tutor segundo um horário fixo dito por ele.


Quando você entra no curso a primeira vez, você faz um teste de nível que te dirá seu nível de francês e de qual bloco você iniciará.



Blocos? Sim, o curso é dividido em 4 blocos e cada bloco contendo 4 módulos. Assim como a Francisation presencial não é só um curso de francês, mas uma total imersão à cultura Québequense, esse curso online também te apresentará características e valores da cultura Quebeca te auxiliando nas tarefas da imigração.

Bloc 1
Bloc 2
Módulo 1 – Le logement

Módulo 2 – L'éducation

Módulo 3 – L'emploi

Módulo 4 – Le tourisme et les loisirs
Módulo 5 – Les services publics et la santé

Módulo 6 – Les médias et La culture

Módulo 7 – La consommation et les affaires

Módulo 8 – La vie démocratique au Québec
Bloc 3
Bloc 4
Módulo 9 – Le logement

Módulo 10 – L'éducation

Módulo 11 – L'emploi

Módulo 12 – Le tourisme et les loisirs
Módulo 13 – Les services publics et la santé

Módulo 14 – Les médias et La culture

Módulo 15 – La consommation et les affaires

Módulo 16 – La vie démocratique au Québec




Embora pareçam repetidos os módulos, os temas contidos em cada um é bem variado. Como cada Bloco equivale à 1 nível da proficiência da língua francesa, os blocos 3 e 4 possuem assuntos mais complexos e profundos que os vistos no bloco 1 e 2.



O tutor corrigirá as produções orais e escritas que você fará durante o curso, e mediará os fóruns.



Além dessas coisas o curso ainda possui:

  1. Banco de exercícios;
  2. Fichas gramaticais;
  3. Glossário;
  4. Dicionário;

  5. Conjugador.


Quanto ao banco de exercícios, não é preciso fazer parte da FEL para ter acesso à ele. Aqui nesse link, existe todo o banco de exercícios para ajudar no estudo.



Agora, qual a desculpa pra não estudar?


















 

15 de junho de 2010

Há muito tempo que te amo...


Não costumo assistir filmes Quebequenses, se me recordo direito o último foi o J'ai tué ma mére
que não é um filme que eu recomende. Talvez possa não ter entendido direito, mas achei o filme um pouco perdido. Só que também não sou muito fã dos filmes Franceses ( por outro lado o Marcos adora), acho que os filmes terminam sem fim, embora entenda que diferente dos filmes "americanos" que possuem aquela irreal evolução do personagem que inevitavelmente aprende alguma coisa com o decorrer do filme (bem surreal), os filmes franceses são uma "amostra" da vida dos personagens que podem, assim como o mundo real, não aprender ou o aprendizado ser meramente subjetivo e não tão pragmático.




Olha, falei tudo isso para dizer que, por todos esses motivos, para eu recomendar algum filme francês ele teria que satisfazer diferentes exigências muitas vezes irreais. rss Porém hoje vou falar de um filme que eu gostei bastante, mesmo não sendo novo.

O filme se chama Il y a longtemps que je t'aime, filme francês que conta a história de uma mulher saída do presídio que vai morar com a família da irmã. O crime e o motivo do crime são mistérios que permeiam o filme todo, desencadeando problemas para a protagonista. Mas o legal do filme é que ele fala fortemente sobre o sentimento de estar preso, enclausurado, não só pelas paredes de um presídio. As personagens interagem e transmitem o sentimento de solidão e enclausura mesmo estando em ambientes abertos ou no meio de entes queridos.
Tem a personagem principal Juliette que, por diversos motivos, está presa, não pelos muros do presídio que se encontrava, mas pelos traumas da vida e do crime que cometeu. Mesmo após sair da prisão ela continua presa, presa pelo passado, presa pela culpa, e pior, presa por saber que não existiria ninguém que pudesse lhe ajudar. Enquanto estava no presídio ela era chamada de "ausente" por estar presa dentro do trauma e não pela muralha de concreto.
Tem a mãe, presa na casa de repouso, presa pela doença, presa pelo passado que também lhe cobra pagamento. Por isso que a única pessoa que ela se lembra é a própria Juliette, quem ela tentou esquecer.
Tem a irmã, que está presa em arrependimentos, condenada a andar em círculos não querendo pensar na possibilidade de Juliette ser uma criminosa cruel e calculista. E por isso, prefere não ouvir outros falarem da possível não transformação do criminoso quando sai do presídio. É muito forte a cena em que ela mostra que apesar da tentativa de todos, ela não quis esquecer a irmã, escrevendo toda manhã o nome "Juliette" em seu diário, demonstrando que ela ainda está presa no trauma que isso lhe causou.
Tem o policial, preso nas angustias da vida, que assim que conhece Juliette tenta conversar e arranjar um ouvinte para seus problemas. Ele vê na viagem para o rio Oritoco (acho que era esse o nome), como a libertação dos problemas e traumas. Mesmo assim ele ainda faz o último pedido de socorro perguntando para Juliette algo que ela interpretou como uma possível cantada e ignorou. Muito provavelmente era uma cantada rs, mas a tentativa de dar um sentido pra vida com o amor é válida quando estamos presos em um cubículo sem saída.
Temos o professor, também preso. Mas preso em um passado que não deu certo, preso pelos muros do presídio em que trabalhou, na constatação de que não é tão diferente dos criminosos, fazendo-o inclusive abandonar a mulher que amava.
As personagens interagem traçando linhas limítrofes de segurança, sinalizando pedidos de ajuda que são ignorados pela personagem principal que enquanto não verbaliza seu pecado não consegue deixar de ser a "Juliette Ausente".

É um filme que mais uma vez anda por terreno depressivo, pois a falta de saídas dos problemas vivida pelos personagens é uma grande característica da depressão. Juliette somente consegue dar um passo para a liberdade após ver a morte na sua frente.
Porém isso tudo não deixa o filme ficar denso, o que me faz recomendar todos que queiram relaxar em uma tarde contemplativa.



AH! E o título do filme, embora tenha seus significados dentro do filme, é também título da música tema que é uma das músicas tema do Québec e da Nouvelle France.



 

3 de junho de 2010

Palestra informativa – Canadá : Québec




Visitando o blog Merci Québec fiquei sabendo sobre a palestra "Canadá: um país, duas nações" que a Catherine Potvin, dona da École Québec ministrou em Março. Para ouvir Clique Aqui.

Durante a palestra ela fala sobre a história do Canadá, a famosa "Revolução Tranquila" e o porque do Québec ser tão contra a influência religiosa (embora respeite a religião de cada um) criando os famosos "palavrões religiosos". Ela explica porque ela está aqui no Brasil mesmo sendo Quebequense e fala sobre alguns alunos que imigraram e estão felizes por lá.

Enfim, recomendo esse áudio, muito importante para quem pensa em imigrar.

Abraços.

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