Oh Canadá!

Blog criado para informar familiares e amigos sobre nossas aventuras e desventuras em terras canadenses

Viagem de Prospecção - Toronto

O início da nossa viagem para ver se as histórias faziam jus ao real

Viagem de Prospecção - Ottawa/Gatineau

A nossa viagem chega na capital canadense e na divida com a Belle Province.

Viagem de Prospecção - Ville du Québec

Visitando a lindíssima Ville du Québec.

Viagem de Prospecção - Montréal

O final da nossa viagem nos levou à Montréal

27 de outubro de 2011

E estou trabalhando!

Como eu tinha dito no post sobre o club de busca de emprego eu só enviei 1 currículo, mas esse currículo deu resultado, estou trabalhando desde segunda-feira!!! Bem, deixe-me explicar direito: Sabendo que aqui cada um fala que o CV deve ser construído de uma determinada forma, eu fiquei muito em dúvida se o formato que utilizei era o errado para o mercado de trabalho canadense. Por esse motivo resolvi envia-lo para uma agência de recolocação profissional chamada Abacus que me foi indicada pela agente do MICC. Queria que alguém da agência me desse um feedback positivo ou negativo.
 No mesmo dia um conselheiro da agência me ligou, fiz uma entrevista pelo telefone em inglês e francês e fui convidado a ir conhecê-lo pessoalmente.

Chegando à agência conversamos novamente e passei por outra entrevista. No final conversamos mais descontraídamente e eu pude fazer algumas perguntas sobre como era essa agência de recolocação profissional. Existem algumas que contratualmente prendem o empregado na agência por um tempo determinado ou indeterminado sendo ela que faz o seu pagamento (e normalmente não tem benefícios). Ou seja, você não é empregado da empresa mas sim da agência (terceirizado). Felizmente não era o caso dessa. Recebi um feedback positivo do meu comportamento na entrevista e das minhas capacidades na língua (mesmo eu achando q não sabia nada). Chegando em casa ele me mandou um teste técnico para responder. Achei beeeem difícil, mas respondi tudo e me saí muito bem.(o que me surpreendeu, pois além da dificuldade do teste, nesse dia ainda não tínhamos colocado internet então respondi o teste no meio de uma praça de alimentação de shopping lotado).

Depois de alguns dias ele me ligou para falar que uma empresa estava interessada no meu currículo e perguntou se eu estava interessado. Disse que sim e lá fui eu fazer minha primeira entrevista.
 A entrevista foi com 2 pessoas: 1 falando inglês e a outra francês (sendo que uma delas era a diretora de TI da sede em Montréal). Falei sobre minhas experiências e depois fiz um teste técnico oral (nunca tinha feito isso na vida). Voltei na mesma empresa outro dia para fazer um teste prático e depois fiz uma entrevista por videoconferência com o diretor de TI da filial em Toronto (também em inglês e francês).
Enquanto fazia todas essas entrevistas eu continuei fazendo o curso de busca de emprego e pegando dicas muito interessantes sobre como passar por entrevistas.
A empresa me ligou de novo para falar que um outro diretor queria me conhecer. Fui até lá para encontrá-lo. No começo da entrevista ele me fala : “Você provou tecnicamente ser muito capaz e passou por tudo. Essa entrevista é só para saber se eu gosto de você, da sua personalidade e se te quero aqui dentro”. Eu pensei na hora: “Ferrou!”.
Conversamos sobre mim, sobre meu currículo (sem entrar em partes técnicas), e falei falei falei. Ele queria me ouvir falar...

Depois disso fiquei muito preocupado. Pois tinha chegado em um ponto que eu não tinha mais o que esperar, pois a entrevista tinha sido “senta aí e vamos ver se nossos ‘santos batem’ “.
No final eles cobraram minhas referências no Brasil , ligaram e mandaram email para o pessoal lá fazendo perguntas sobre mim. (agradeço MUITO a todos da última empresa que trabalhei no Brasil. Vocês foram imprescindíveis! Como sempre carinhosos comigo...).

Depois disso tudo eles fizeram a proposta de emprego, para o início dali há 2 semanas! Além de tudo ainda tive 2 semanas de “férias” rsrsrsrsr . A proposta foi muito boa e os benefícios da empresa muito bons.

Aí nesta segunda-feira eu comecei. Ainda é cedo para eu poder contar alguma coisa sobre a interação com os outros e como estou na empresa, mas estou gostando muuuuito da experiência! E a experiência de falar diariamente duas línguas diferentes no trabalho e ainda fazer um curso de francês de noite é incrivelmente desgastante, mas muito boa!

Bem, depois falo mais sobre isso.

até

ps: Esqueci de falar que eu me inscrevi no programa PRIIME o que me ajudou na hora de discutir salário. O Eric do Eu no Québec fez um post sobre o assunto, então não vou repetir aqui.

19 de outubro de 2011

Entendo transações bancárias...

Olá pessoas,

Quando pensamos no Canadá Como país desenvolvido com regras e leis mais justas e pertencente ao G8, deixamos de pensar q no Brasil podem existir ( e existem logicamente) coisas mais desenvolvidas que aqui.
Ia falar sobre isso em mais um post sobre as curiosidades do Canadá, mas resolvi criar um post separado para algo muito importante: o sistema bancário.
Temos conta em 2 bancos, não por termos muito dinheiro, mas para aproveitarmos de diversos benefícios, então temos até hoje essas experiências, além de uma das nossas gerentes ser brasileira e conhecer bem os dois sistemas e suas diferenças.

É muito bom ter taxas de juros mais justas, não ter porta giratória, mil seguranças e inúmeras comprovações de identidade. Mas apesar disso, tecnologicamente o sistema é atrasado.

Se você pagar algo com cheque ou receber um cheque como pagamento, tenha em mente q o cheque demorará mais de uma semana para ser descontado. Caso seja de outra província passa de 10 dias.
Se precisar fazer doc para outra conta, pode ser q vc tenha q ir até sua agência, sem possibilidade da internet, e some mais uns dias para isso.
Nossa gerente fala q qdo chegou aqui contava q no Brasil o cliente imprimia suas folhas de cheque no caixa eletrônico e as pessoas ficavam assustadíssimas com isso. Pedir folhas de cheque é algo demorado e caro.


Entendo que a necessidade faz o criador e seria completamente impossível para o Brasil exigir q todos fossem até a agência para efetuar essas transações. As filas seriam muito maiores do q já são contando o tamanho da população brasileira.

E agora algumas coisas q eu acho serem diferentes:

  • Ao utilizar o cartão de débito existem inúmeras perguntas q à máquina lhe faz além da senha
1.     Primeiramente você tem que escolher qual tipo de conta deseja usar para o pagamento: Conta principal ou Poupança
2.     Após confirmar o valor da compra, algumas máquinas lhe perguntam se você deseja acrescentar algum valor ao valor da compra. Ou seja, você paga o valor da compra e o restante o atendente lhe devolve como se fosse um troco. Muito utilizado caso você tenha uma conta com limite de saques, esse tipo de transação entra como "compra", então você não ultrapassa seu limite.
3.     E em muitos lugares à máquina ainda pergunta o valor da caixinha q vc dará pro atendente ( lembrando q aqui o normal é 15%). Você acrescenta o valor que deseja e clica em OK.
  • A maioria das contas não possui código de barras, e caso você queira pagar pela internet a transação é um pouco diferente. A maioria das contas possui um "código de conta" associado ao seu cadastro de cliente, você entra no internet banking do seu banco e cadastra a empresa na sua conta utilizando esse código que será o mesmo para as próximas transações que você fará. Após isso você coloca o valor que será direcionado. Ou seja, não é bem um pagamento de conta, mas como se fosse uma transferência de valor para a sua conta dentro da prestadora de serviços. CUIDADO, pode ser que esse tipo de transação demore até 5 dias para que seja identificada na empresa, e diferente do Brasil ,mesmo você tendo pago no dia do vencimento esses 5 dias podem vir de juros na próxima. Então sempre preveja essa demora no pagamento.

Provavelmente existem mais coisas, porém vou colocando com o tempo.

E tudo vai seguindo conforme previsto...



até

12 de outubro de 2011

"Ação de graças" aos 2 meses

Olá pessoas,

No sábado fomos com as pessoas do curso de francês colher maçãs. A entrada na fazenda e a colheita em si são gratuitos, você pode ajudar a fazenda comprando uma sacola para lhe auxiliar no transporte das maçãs.
Além da colheita, existe um restaurante, lanchonete e loja de souveniers.
Foi um dia muito interessante, mesmo eu não sendo tão fã de maçã.

Nessa segunda-feira foi o feriado de ação de graças aqui no Canadá. Embora tentem fazer a ligação histórica, essa época coincide com a última colheita agrícola. A idéia era agradecer pela fartura obtida nas plantações.
Nós pessoas “não-agrícolas” não teríamos tanto para “agradecer”, porém segunda-feira foi um dia bem especial: completamos 2 meses de Canadá.
Então aproveitamos o último feriado quente do ano para fazer uma retrospectiva da nossa vida canadense.
Felizmente continuo dizendo que o saldo tem sido bem positivo, tudo tem fluído da forma prevista e isso é muito gratificante. Não entendam com isso que as coisas tem caído do céu, muito pelo contrário, temos corrido atrás e suado para cada conquista, mas isso não é motivo para temor, isso torna tudo ainda mais valoroso.
Agora estamos entrando em uma outra fase da vida, com trabalhos, estudos e o inverno que se aproxima. São experiências novas que nos esperam e estamos preparados para cada uma.

Ainda temos uma longa jornada pela frente, com dias bons e ruins, mas espero que quando chegarmos nesses momentos de retrospectiva tenhamos somado mais saldos positivos.

Coloco abaixo umas fotos do feriado no parque Angrignon aqui na frente de casa.

Até mais pessoas!














9 de outubro de 2011

Tempo ao Tempo: Equivalência de Enfermagem



Olá a todos.
Como eu já escrevi aqui sobre a equivalência de diploma de enfermagem no Québec, segue uma atualização da saga.

Desde 2009, a Ordem das Enfermeiras e Enfermeiros do Québec (OIIQ) alterou as regras da avaliação das experiências dos enfermeiros formados fora do QC. Uma vez aprovada a equivalência de diploma pela ordem é fornecida a possibilidade de realizar um estágio remunerado de 40 dias de integração em meio hospitalar OU a realização de curso de integração profissional num Cégep com duração variável de 6 a 9 meses. As regras do estágio podem ser vistas aqui. A decisão de quem vai para o estágio ou Cégep fomentam especulações para muitos enfermeiros, uma vez que o francês não é avaliado a priori pela ordem. Alguns enfermeiros brasileiros que conheci aqui, que receberam a opção do estágio acreditam isto ocorre em função do pouco tempo de formado (menos de 3 anos).

Bom, polêmicas à parte, o fato é que a realização de estágio desonera “o sistema de integração”, pois no modelo de integração do Cégep há necessidade de uma infra-estrutura para a adaptação desses enfermeiros com custos para o governo (custos Cégep + eventuais bourses e auxílios do Emploi-Quebec) e aumento no tempo para lançar essa mão-de-obra necessária ao mercado de saúde. Para os enfermeiros há muitos benefícios relacionados a possibilidade de trabalhar o mais breve possível desde que sejam aprovados ao término do estágio.
Uma coisa não mudou: seja para os que fizerem a integração na forma de estágio ou como curso no Cegep, há obrigatoriedade de realizar prova da ordem para ser considerado enfermeiro no Québec. Antes disso somos CEPI (Candidatos ao Exercício da Profissão de Enfermagem), conforme expliquei em post antigo.
No meu caso não recebi a opção de estágio, pois na carta da ordem explicaram que tenho a maior parte dos meus cinco anos de formado com experiência em saúde pública, o que me deixaria fora do contexto hospitalar quebécois. Ansiedades à parte, achei uma decisão acertada e boa para mim no sentido que vai me permitir fazer uma grande atualização dos conteúdos relacionados à minha profissão.

O grande problema: não posso chegar em qualquer Cégep com minha cartinha da OIIQ e dizer “Olá, sou enfermeiro, vocês precisam muito de mim, vou estudar aqui com vocês”. Hehehehe.... Não funciona assim. A OIIQ fornece os nomes dos Cégeps que oferecem o curso de integração para enfermeiros e há um processo seletivo diferente conforme cada um. Em Montréal neste ano, os Cégeps de Vieux-Montréal (formação em francês) e John Abbott College (em inglês) oferecem o curso; e em Longueuil, o Cégep Edouard-Montpetit (em francês).

Pois bem, realizei na última quinta-feira minha seleção para o Cégep do Vieux para a turma que iniciará em dezembro (e com duração até julho/2012!). São três etapas de avaliação: na primeira, há uma prova de conhecimento de francês escrito (ditado + redação). A segunda etapa é uma entrevista com uma enfermeira, que faz perguntas técnicas junto a uma coordenadora do Cégep que avalia sua comunicação oral. Ao término dessas duas há ainda uma prova de cálculos de medicamentos e matemática para saúde.

Há sempre uma boa e uma má notícia. A má é que em Montréal as seleções são as mais concorridas (na primeira etapa são dois dias de testes, com cerca de 65 pessoas em cada dia disputando 24 vagas). A boa notícia é que já foram fornecidas as datas previstas para as turmas do Cégep Vieux para 2012, que são 23/janeiro, 22/maio, 18/junho, 22/outubro e 19/novembro. Então, se não der certo agora tento de novo para janeiro. Aguardo agora o resultado da primeira etapa... e a saga continua...

Abraços a todos e CUIDEM-SE, pois o sistema de saúde daqui parece não ser uma Brastemp...
Marcos

8 de outubro de 2011

Curso de Interação


Olá pessoas,

Como falei no post anterior, durante as tardes eu estava fazendo um curso (o curso terminou ontem) o que deixou minha rotina um pouco complicada.
Quando fui ao encontro do conselheiro do MICC falar sobre meu currículo, ele me disse que somente nos centros locais de emprego (Centre Local de Emploi) que eu teria esse tipo de auxílio. Portanto ela me passou um centro comunitário (Centre Communautaire) especialista nessas questões.
Como aqui no Québec a primeira entrevista normalmente é por telefone, e eu ainda não me sentia seguro na língua francesa para isso, resolvi que enquanto prosseguia com a francisação faria esse curso para me informar sobre o mercado de trabalho... ledo engano.
Esse tipo de centro comunitário se chama Centro de Busca de Emprego (Centre de Recherche de Emploi), porém o foco deles não é só ensinar sobre o mercado do trabalho e falar sobre currículo, o foco é a recolocação profissional. Ou seja, eu que estava apavorado com a entrevista telefônica e me achando com o francês deficiente, entrei em um curso para quem fala francês fluente e quer arranjar emprego rapidamente.
Não que o curso impeça imigrantes, mas existe um aconselhamento individual voltado para imigrantes com menos de 5 anos de Canadá, então no curso tinham imigrantes de 10 à 30 anos de Canadá, alguns québecois e eu com 1 mês e meio rs.
O curso possuía 10 alunos para influenciar a interação e ajudar na parte prática por 3 semanas todos os dias, o dia todo. Tivemos informações muito úteis do “Marché caché” (vagas de emprego que não são colocadas em internet ou jornal) e como acessa-las sem precisar das agências de placement (recolocação profissional) ou chasseurs de tête (headhunters). Entramos em contato direto com empresas e empregadores, tendo que ser articulado o suficiente para iniciarmos contatos profissionais e aumentar rede de contatos. Eu particularmente achei o curso com métodos de guerrilha, mas mesmo assim o recomendo para quem deseja saber mais do mercado de trabalho. Só um conselho: se sinta à vontade no francês. O curso não é de francisação, então parte do pressuposto que você sabe se expressar muito bem.
Como avisei antes o meu foco não era a busca do emprego, tanto que só enviei 1 currículo durante todo o período, mas descobrir as diferenças das interações aqui no Québec com as do Brasil. E se desde que chegamos aqui em terras geladas tenho dito que o contato com os québécas tem sido ótimo e diferente da tal “frieza” que alguns relatam, agora depois desse curso eu digo que ou eu tive sorte ou existe gente que aumenta demais algumas coisas...
Fizemos amizades, trocamos experiências, compartilhamos muitas histórias de vida e nos ajudávamos nos diversos momentos. Quando no meio do curso eu entrei em crise achando que não ia conseguir continuar, pois achava puxado demais e não me sentia preparado para esse passo, todos me deram força para seguir em frente. Aprendi gírias e expressões, entendi como muitos agem sob diversos assuntos críticos e me integrei.
Todos os dias quando chegava em casa eu estava exausto, brincava com o Marcos dizendo que falar francês era mais cansativo que uma corrida no parque, mas isso tinha um fundo de verdade. Todas as minhas frases eram trabalhadas e elaboradas antes de ser ditas, isso depois de 8 horas intensas de comunicação me deixavam incrivelmente exausto. E foi com muita felicidade que no final do curso, percebi o meu progresso já interagindo automaticamente à assuntos e situações.

O curso realmente me preparou para o emprego. Talvez não do modo que eles tinham imaginado, mas do modo que eu queria, agora sim posso tentar interagir sem o medo de que a comunicação não seja estabelecida...

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