10 de junho de 2012

Da arte de construir boas lembranças


O post não tem o intuito de ser poético, mas um pouco de reflexão no cotidiano tornam os dias mais significativos e menos automáticos.
Em março iniciei o curso de integração em enfermagem e com expectativas controladas, em função de já conhecer alguns outros enfermeiros brasileiros que já haviam trilhado o mesmo percurso. Mas, como toda boa receita de cozinha passada oralmente muda o sabor dependendo do calor das mãos do cozinheiro, assim foram minhas expectativas mudando à medida que o curso avançava.
E estão sendo muito boas as vivências com pessoas de diferentes lugares do planeta e com histórias de trabalho tão diversas quanto ricas.
Tudo já começa com o grupo de brasileiras presente: uma do sul, sudeste e duas do nordeste: sotaques, vivências e jeito de “fazer” a enfermagem tão peculiares que às vezes parecem que somos de países diferentes. E são as diferenças que somam!

E o percurso profissional dos demais colegas são universos à parte: pesquisadora de laboratório farmacêutico na produção de vacina contra HPV; enfermeira em ações humanitárias junto ao Médicos Sem Fronteiras; enfermeiras em ações de controle de epidemia de AIDS; especializadas em UTI de neonatos, de cardiologia, etc.

Um ponto que me chama a atenção neste período do curso que antecipa os estágios em dois hospitais de Longueuil: a necessidade de manter-se flexível e aberto aos desafios constantes de adaptação. A flexibilidade permite um melhor entrosamento às situações difíceis como o estresse de estudar vários assuntos ao mesmo tempo e em francês técnico, cheio de expressões, além de lidar com as diferentes personalidades reunidas pelo acaso em mesma sala de aula.

O curso é bastante exaustivo, tanto no quesito carga horária (maioria das aulas das 8 e meia às 16 hs) todos os dias, pela distância (Longueuil) e pela quantidade de assuntos para revisar, o que é claro é mais complicado dependendo da rotina pessoal dos alunos: se casados, se tem filhos, etc. E é o caso da maioria da sala, com certeza mais de 85 % casados e com filhos.

Meu principal desafio é fazer o retorno ao hospital após uma vida profissional voltada para a saúde pública não hospitalar, com suas mazelas e riquezas. Para mim é época de revisar conhecimentos, construir novos caminhos de prática e experimentar.

A frase que ilustra o título tem a ver com esse meu sentimento atual, essa vontade de viver novas emoções hoje e assim, construir minhas boas lembranças. Minha avó costumava dizer que só levamos da vida as lembranças e as saudades, e que as primeiras sendo boas atenuam as segundas.

Ótimo período de calor aos que aqui estão; aproveitem os festivais, as cores e sabores da estação.

Marcos

4 comentários:

Pode não ter tido o intuito de ser poético, mas foi sim. E muito profundo, espero que esse seja um momento aonde você construa ótimas lembranças e aproveite também pra se lembrar das boas que já teve!

Abraços,
Eduardo

Obrigado por dividir esses sentimentos!Ótimo caminho pra vc!
Sucesso!

"Minha avó costumava dizer que só levamos da vida as lembranças e as saudades, e que as primeiras sendo boas atenuam as segundas".

A sabedoria eh linda demais! =)

O que tbm eh linda eh a sua profissão. Parabens pelas escolhas, pela coragem e pela dedicacao. Que vc se realize sempre!
Bjs

Olá Marcos!

Lindo o post, parabéns!

Entendo bem essa fase pois também estou estudando aqui nas terras geladas.
Sim, é bem cansativo, contudo, é uma experiencia enriquecedora, não?

Desejo muito sucesso nessa sua empreitada!

Abs,


Carol

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