11 de março de 2010

Pensamentos...



Desde quando começamos nesse processo imigratório, que começou muito tempo antes do envio do dossiê, tenho lido blogs e acompanhado a vida (pelo menos uma parte dela) de muitas pessoas e famílias que decidem jogar tudo pro alto correndo atrás de um sonho. Diferente da onda de imigrantes para os EUA, Europa e Japão de alguns anos atrás que decidiam ir para outro país somente para fazer um "pé de meia", pois aqui não conseguiriam juntar dinheiro tão fácil e rápido, nós que decidimos mudar para o Canadá, muitas vezes, ganhamos salários muito bons por aqui e temos certo sucesso nas nossas profissões. Por isso, o sonho que move a maioria das pessoas não é ganhar salários estratosféricos ou "dominar o mundo", mas simplesmente ter qualidade de vida.
Nessa espera pré-entrevista paramos pra pensar muito nas possíveis perguntas do entrevistador e isso acaba nos fazendo pensar sobre os objetivos que nos move, e isso é realmente muito particular. "Qualidade de vida" é algo inesperavelmente subjetivo e, como disse no começo, sempre passeei muito pelos blogs e pude acompanhar diversas histórias, diversos sonhos e diversos objetivos tão distantes uns dos outros que até parece que não vão pro mesmo Canadá, mas muito pelo contrário, o Canadá é o mesmo, as famílias que são diferentes.
Por esse motivo eu até entendo as pessoas que se assustam quando digo que gostei e quero imigrar para o Canadá. Traduzindo a surpresa, acredito que eles queiram dizer "Dá pra ter qualidade de vida em um país que neva muito, que faz frio grande parte do ano, que tem um sistema de saúde questionável e etc ? Dá pra ter qualidade de vida longe da família, longe da cultura que está acostumado e que quer que seu filho carregue junto com ele?" e muitos outros questionamentos diferentes. Nesses momentos eu simplesmente me calo porque, como explanar para os outros meus "porque"´s se nossos valores são claramente diferentes? Impossível.

Existem pessoas que não se integram à comunidade Canadense e acabam retornando para o Brasil para tentar mudar os objetivos. Exatamente pelo que disse antes fica praticamente impossível tentar explicar os motivos desse insucesso, não sei quais sonhos ou quais valores eles carregaram para o Canadá. Porém, faz um tempo li um blog de um homem que dizia odiar estar morando no Québec. Nesse post ele falou todas as coisas que ele odiava por lá. Quando perguntado o porquê dele ainda estar morando onde odiava ele respondeu que era porque sua esposa adorava o Québec e não pretendia sair. Logo, os problemas que ele citou eram realmente sérios ou os valores que ele carregou na imigração eram diferentes dos valores que sua esposa carregou?

E pra terminar, li esses dias sobre a egípcia que queria usar o niqab em sala de aula durante a francisação, o que acarretou com a saída dela da escola. Acredito que toda história possui 3 lados: o lado de quem conta primeiro, o lado de quem conta em segundo e a verdade. Todavia, tendo lido um pouco sobre, acredito que o maior problema é que a mulher imigrou levando valores culturais que compunham a busca pela qualidade de vida que ela objetivava, e esses valores eram divergentes aos da sociedade quebecoise.

É, não tem mesmo como falar pelos outros, mas tem só como falar por mim e já repondo à todos que se assustam com minha imigração: Para chegar aos sonhos, aos objetivos que NÓS almejamos, vale a pena sim. E respondendo outra pergunta muito corriqueira: "Mas vocês não tem medo de que dê errado?". Bem, temos mais medo da frustração de não tentar...






 

3 comentários:

Oi Jhon, eu concordo com você. Algumas pessoas aqui no Brasil se sentem extremamente incomodadas com o fato de termos decidido ir embora. É como se fosse uma "agressão" pessoal à decisão delas de continuarem aqui. Eu também acho que tudo é uma questão de valores e princípios. E por fim, como saber se não tentar? Eu não quero viver pensando como poderia ter sido...

ps: sobre a tirinha do blog, adorei a historinha. Que venha a primavera!

Jhon, concordo em absoluto!!! E vou te falar uma coisa, as duas última frases do post tem tudo a ver comigo. Sempre fui da opinião que mais vale a pena tentar e "quebrar" a cara mas saber que não foi passivo diante de sua vdia, a ter medo e lamentar no futuro.

Mathieu!

Visitem meu blog: www.sonhoquebecois.blogspot.com

"Mas vocês não tem medo de que dê errado?". Bem, temos mais medo da frustração de não tentar...

Essa frase me emocionou muito...

Parabéns pelo blog! Este ano farei minha (nossa) viagem de investigação, para em seguida dar entrada no processo...

Obrigado pelas informações!! São todas muito úteis.

Um grande abraço, e muito sucesso!

Marcos Ganzert - Curitiba

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