8 de outubro de 2011

Curso de Interação


Olá pessoas,

Como falei no post anterior, durante as tardes eu estava fazendo um curso (o curso terminou ontem) o que deixou minha rotina um pouco complicada.
Quando fui ao encontro do conselheiro do MICC falar sobre meu currículo, ele me disse que somente nos centros locais de emprego (Centre Local de Emploi) que eu teria esse tipo de auxílio. Portanto ela me passou um centro comunitário (Centre Communautaire) especialista nessas questões.
Como aqui no Québec a primeira entrevista normalmente é por telefone, e eu ainda não me sentia seguro na língua francesa para isso, resolvi que enquanto prosseguia com a francisação faria esse curso para me informar sobre o mercado de trabalho... ledo engano.
Esse tipo de centro comunitário se chama Centro de Busca de Emprego (Centre de Recherche de Emploi), porém o foco deles não é só ensinar sobre o mercado do trabalho e falar sobre currículo, o foco é a recolocação profissional. Ou seja, eu que estava apavorado com a entrevista telefônica e me achando com o francês deficiente, entrei em um curso para quem fala francês fluente e quer arranjar emprego rapidamente.
Não que o curso impeça imigrantes, mas existe um aconselhamento individual voltado para imigrantes com menos de 5 anos de Canadá, então no curso tinham imigrantes de 10 à 30 anos de Canadá, alguns québecois e eu com 1 mês e meio rs.
O curso possuía 10 alunos para influenciar a interação e ajudar na parte prática por 3 semanas todos os dias, o dia todo. Tivemos informações muito úteis do “Marché caché” (vagas de emprego que não são colocadas em internet ou jornal) e como acessa-las sem precisar das agências de placement (recolocação profissional) ou chasseurs de tête (headhunters). Entramos em contato direto com empresas e empregadores, tendo que ser articulado o suficiente para iniciarmos contatos profissionais e aumentar rede de contatos. Eu particularmente achei o curso com métodos de guerrilha, mas mesmo assim o recomendo para quem deseja saber mais do mercado de trabalho. Só um conselho: se sinta à vontade no francês. O curso não é de francisação, então parte do pressuposto que você sabe se expressar muito bem.
Como avisei antes o meu foco não era a busca do emprego, tanto que só enviei 1 currículo durante todo o período, mas descobrir as diferenças das interações aqui no Québec com as do Brasil. E se desde que chegamos aqui em terras geladas tenho dito que o contato com os québécas tem sido ótimo e diferente da tal “frieza” que alguns relatam, agora depois desse curso eu digo que ou eu tive sorte ou existe gente que aumenta demais algumas coisas...
Fizemos amizades, trocamos experiências, compartilhamos muitas histórias de vida e nos ajudávamos nos diversos momentos. Quando no meio do curso eu entrei em crise achando que não ia conseguir continuar, pois achava puxado demais e não me sentia preparado para esse passo, todos me deram força para seguir em frente. Aprendi gírias e expressões, entendi como muitos agem sob diversos assuntos críticos e me integrei.
Todos os dias quando chegava em casa eu estava exausto, brincava com o Marcos dizendo que falar francês era mais cansativo que uma corrida no parque, mas isso tinha um fundo de verdade. Todas as minhas frases eram trabalhadas e elaboradas antes de ser ditas, isso depois de 8 horas intensas de comunicação me deixavam incrivelmente exausto. E foi com muita felicidade que no final do curso, percebi o meu progresso já interagindo automaticamente à assuntos e situações.

O curso realmente me preparou para o emprego. Talvez não do modo que eles tinham imaginado, mas do modo que eu queria, agora sim posso tentar interagir sem o medo de que a comunicação não seja estabelecida...

4 comentários:

Poxa, que legal!!
O melhor método de aprender uma lingua acho que é assim na marra mesmo, ao mesmo para quem aprende adulto. E ainda podendo aprender sobre como funcionam as coisas aqui na prática, é 10!
Realmente tem muita coisa que felzimente para muita gente acaba sendo bem mais fácil do que "pintam". A "frieza" do québecois, assim como a "frieza" do inverno nao tem nada a ver com a dificuldade que eu ouvia quando estava no Brasil. Ainda bem que a gente se surpreende para melhor, né?

abraços e boa sorte na procura agora!
Erika

Que bom que voce está progredindo bastante na lingua e na comunicação!!! Fico feliz de estar dando tudo certo pra voces aí.
Achei muito legal esse curso, com certeza vou querer fazer quando chegar minha vez de ir pras terras do norte.
Adoro ler as noticias de voces!
Beijos pros dois.

Oi lindão! td bem?
Pois é, lembro qdo estava em NY e as 4 horas da tarde eu ja queria dormir, de tão cansada que eu ficava! A cabeça e corpo de tanto usar cansa mesmo! ahahahah!!!
Espero ver vc e Marcos em mto breve!
Beijo grande!
Darlene

Não sabia que você estava tão inseguro quanto a isso... Sempre te achei tão capaz e inteligente, com facilidade para aprendizado que nem imaginava todo esse desconforto.

Mas é absolutamente normal, imagino. Sair daqui onde você só fazia curso de francês e ir para um lugar onde quase todo mundo fala francês e você depende disso para um emprego deve ser meio assustador. Mas sempre apostei muito na sua capacidade, e está aí o resultado: em pouco tempo já está muito bem adaptado! Claro que com a ajuda de pessoas legais... Mas, quem não precisa de ajuda em momentos difíceis?

Sempre me surpreendendo de forma muito positiva com você, Jhon. Muito feliz por mais esse obstáculo seu sendo derrubado! Avante!

Muitas saudades...

Beijos!

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